Microplásticos na saúde humana: o invisível que mora dentro da gente

MICROPLÁSTICOS NA SAÚDE – Você provavelmente já ouviu falar neles. Estão em garrafas de água, potes de comida, sacolas, cosméticos, roupas… Sim, estamos falando dos microplásticos – essas partículas microscópicas que se infiltraram em praticamente tudo ao nosso redor.
E não são só as tartarugas que sofrem com o plástico. Estudos recentes revelaram que os microplásticos também estão dentro da gente – literalmente. Pulmões, sangue, placenta, coração… A ciência vem descobrindo que essa ameaça invisível já faz parte do nosso organismo, e os impactos disso ainda estão sendo desvendados.
Embora o tema pareça coisa de ficção científica, ele é real – e urgente.
📊 O que são microplásticos (e como eles entraram na nossa vida)?
Microplásticos são pedacinhos de plástico com menos de 5 milímetros de diâmetro. Para começar, alguns já são fabricados nesse tamanho, como é o caso daqueles encontrados em cosméticos, maquiagens e produtos esfoliantes.
Por outro lado, outros surgem da degradação lenta de plásticos maiores – tipo aquele copinho que você jogou fora em 2013 e está, neste momento, se transformando em partículas invisíveis, mas persistentes.
Além disso, eles estão por toda parte:
- No ar que respiramos
- Na água que bebemos
- Nos alimentos que comemos
- E até nas roupas que vestimos
E adivinha quem mais está cheio deles? Os oceanos. De acordo com o Programa Ambiental da ONU, o mundo produz mais de 460 milhões de toneladas de plástico por ano – e esse número, infelizmente, pode triplicar até 2060.
Como resultado, uma parte considerável desse plástico vai parar no mar – e, de lá, faz um “pit stop” nos nossos corpos.
🧪 O que a ciência já descobriu?
Spoiler: ainda estamos no começo da história. Mas os primeiros capítulos não são nada animadores.
Veja alguns achados recentes:
- USP – Pulmões humanos
Pesquisadores da Universidade de São Paulo detectaram microplásticos em amostras de pulmões humanos. “Eles estão no ar, e é inevitável que sejam inalados”, afirma a médica patologista Thais Mauad, coordenadora do estudo. - Itália – Placenta
Em 2021, cientistas italianos encontraram microplásticos em placentas humanas. Embora os efeitos ainda sejam desconhecidos, há preocupação com riscos à formação dos fetos. - Holanda – Sangue
Pesquisadores da Universidade Vrije, em Amsterdã, revelaram que 77% dos doadores de sangue testados carregavam microplásticos. - China – Coração humano
Em 2023, médicos do Hospital Anzhen encontraram microplásticos no músculo cardíaco de pacientes que seriam operados. Nove tipos diferentes foram identificados.
😨 E quais os riscos à saúde?
Essa é a pergunta de ouro – e a resposta ainda está em construção. Mas os sinais são claros: temos motivos para nos preocupar.
Pesquisas com tecidos humanos simulados indicam que:
- Os microplásticos podem causar lesões celulares
- Provocam inflamações persistentes
- Servem como transportadores de substâncias tóxicas (como ftalatos e metais pesados)
Além disso, podem prejudicar o sistema imunológico, favorecer desequilíbrios hormonais e até aumentar o risco de doenças cardiovasculares e neurológicas.
🗺️ Como os microplásticos entram no nosso corpo?
Com licença, que a lista é grande:
➔️ Inalação: por estarem no ar (principalmente em áreas urbanas), respiramos essas partículas todos os dias.
➔️ Ingestão: microplásticos já foram detectados em peixes, sal, mel, água mineral e até cerveja.
➔️ Contato com a pele: cremes, sabonetes esfoliantes e tecidos sintéticos podem liberar partículas absorvidas pela pele.
➔️ Uso doméstico: ao lavar roupas de poliéster ou acrílico, microfibras são liberadas na água e seguem para o esgoto.
💡 O que você pode fazer para se proteger?
A gente sabe: não dá pra viver numa bolha. Mas dá pra fazer escolhas mais conscientes no dia a dia.
Aqui vão algumas dicas práticas:
Reduza o uso de plásticos descartáveis
Leve sua ecobag, dispense canudos e copos de plástico, prefira embalagens reutilizáveis.
Use filtro na água
Filtros com carvão ativado e membranas ultrafinas já ajudam bastante a barrar microplásticos.
Evite aquecer alimentos em recipientes plásticos
O calor facilita a liberação de partículas no alimento. Prefira vidro ou cerâmica.
Escolha roupas de algodão, linho e fibras naturais
Tecidos sintéticos soltam microplásticos na lavagem – que vão parar no mar (e depois no seu prato de sushi 🐟).
Esteja informado e pressione empresas
Quanto mais soubermos e cobrarmos, mais chances temos de mudar esse cenário.
🌍 E a solução global?
A ONU está desenvolvendo o Tratado Global contra a Poluição Plástica, com apoio de 175 países. O plano é concluir o acordo até o fim de 2024.
Enquanto isso, a regra dos 3 R da sustentabilidade continua válida: Reduzir, Reutilizar, Reciclar. Mesmo que paliativo, é um começo.
🧠 Conclusão
Os microplásticos na saúde humana são um problema silencioso, mas urgente.
Eles não fazem barulho, não têm cheiro e nem sempre são visíveis. Mas estão lá – dentro do nosso corpo.
A boa notícia é: você pode agir. Mudanças simples nos hábitos e escolhas diárias podem diminuir sua exposição. E, claro, informação é sempre o primeiro passo.
Aqui no Vide Saúde, a gente acredita que saúde se faz com leveza, mas também com responsabilidade. Bora juntos?